quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Rumba...

por Celso Sabadin

Após vencerem um concurso de dança, Fiona (Fiona Gordon) e seu marido Dom (Dominique Abel) sofrem um violento acidente de automóvel. Ela perde uma perna e ele a memória. A partir daí, ambos terão de passar por uma série de adaptações físicas e mentais para continuar tocando suas vidas em frente. O mais inusitado disso tudo é que, mesmo com esta trágica sinopse, Rumba é uma comédia. Acredite se quiser. O filme é escrito, produzido, dirigido e protagonizado por Fiona Gordon e Dominique Abel, atores de formação teatral que passaram a se aventurar no mundo dos longa metragens em 2005 com o premiado L´Iceberg . Rumba é o segundo longa do casal. Uma co-produção franco-belga que propõe um humor muito particular. Negro, muitas vezes cruel, quase mudo. Os enquadramentos geométricos aliados à ação praticamente sem palavras remetem imediatamente ao genial Jacques Tati. E as fisionomias impassíveis do casal, propositalmente inexpressivas, são uma clara referência ao não menos genial Buster Keaton. A mistura cai bem. Assumidamente fakes, cenários, figurinos e direção de arte denunciam as origens teatrais da dupla, ao mesmo tempo em que conferem ao filme um clima de irreverente fantasia, de faz de conta. Numa era de filmes agitados, muito barulho e excesso de câmera na mão, a calmaria gráfica de Rumba, além de bastante divertida, é muito bem-vinda.

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